Na próxima sexta-feira, é comemorado o Dia Mundial Vegano. O movimento, que existe há mais de 60 anos, incentiva um estilo de vida mais saudável e menos consumista, tendo como princípio a defesa dos animais.

Trata-se de um conjunto de práticas focadas nos Direitos Animais. Seus adeptos, cada vez mais numerosos em todo o mundo, seguem uma alimentação estritamente vegetariana, mas essa é apenas a base ética do movimento que tem como ideologia central a desapropriação animal.

O tema ganhou força nos últimos dias, quando ativistas invadiram o Instituto Royal, no interior de São Paulo, motivados por suspeitas de maus-tratos a animais usados em pesquisas. A empresa, que desenvolve produtos farmacêuticos e cosméticos, alega que todos os testes estão dentro das normas e exigências da Anvisa.

Faz parte da filosofia vegana evitar o uso de medicamentos e produtos em geral que tenham sido testados em animais. Seus seguidores buscam sempre tratamentos alternativos, como fitoterapia e homeopatia, e defendem o investimento em outras experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais. Só tomam vacinas ou soros em caso de emergência. Além disso, divulgam extensas listas de marcas e empresas que produzem sem violar os princípios veganos.

As restrições não param por aí. No armário de um vegano não serão encontrados couro, lã, seda, camurça, pele, entre outros materiais de origem animal. Nos programas de fim de semana, estão descartados circo, zoológico, rodeio, vaquejada, tourada. Eventos considerados esportivos, como caça e pesca, são reprovados pelos veganos, assim como tudo que implica a morte e/ou exploração animal.

A discussão vai longe. Entre os pesquisadores, a opinião é unânime: os bichos são imprescindíveis para os experimentos. Não por acaso são permitidos no mundo todo. Segundo cientistas, o uso de animais em experimentos não é uma questão opcional. Há situações em que eles simplesmente não podem ser substituídos. Sem eles não haveria como desenvolver novos remédios e tratamentos e, por consequência, a ciência médica poderia decretar falência no país.

Não que a decisão de usar bichos em pesquisas seja simplesmente fria e racional. Nenhum pesquisador se sente confortável ou faz isso porque gosta.

Nos últimos anos, novas técnicas de cultura celular e modelos de computador foram testadas, mas, segundo os cientistas, nem todas são capazes de substituir os animais em determinadas pesquisas, já que não há como simular o funcionamento conjunto de sistemas complexos do corpo, como o circulatório, nervoso e imunológico.

A discussão é complexa, com posições embasadas, porém extremas.

E aí, de que lado você está?